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Mostrando postagens de fevereiro, 2025

É vida

oposta a Van Gogh desenho farpas nos contornos  dos corpos sina de Rosa não sou de belos girassóis mas quando chove me liquefaço invado bebível umedeço  contorno suave na pele tátil  e geralmente sangro em dias nublados Rosa Ataíde 

não materialidade

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não se pode crer no que não existe e esse é o ponto para não existir algo teve que ser criado houve um cálculo,  uma estatística,  uma necessidade de existência  uma ilusão  alguém me disse sobre a não existência a não materialidade e a plenitude  Osho o disse e penso, o não ser o irreal das coisas das pessoas dos afetos dos medos pense se estou meditando o estado meditativo me diz /não existência /não pensamento /não corpo /não lugar /não tempo tudo isso vem... passa por mim /o calor /a persona /meu lugar /as horas /o som /o desconforto porém fica suspenso entre a não consciência  e a consciência absoluta de que tudo está em seu lugar isso é plenitude apenas o apego é o que dissipa mas em algum momento sairei de meu transe vazia do efêmero daquilo que não me pertence é no estado de vazio  que se está completo esse é o estado de o não florescer, que floresce  o fechado, que se abre e transborda  em devoção ao encontro com a existência  ....

Acorda, amor

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  logo as estrelas irão sucumbir à promessa  de um novo dia em verdade já é novo dia aqui nesta esfera mas as estrelas não sabem dele sequer o sol que o traz as estrelas não sabem de nós - grãos da Terra nós, os amantes insaciáveis  cheios de amor nós, os insensatos que negamos, o amor pela ferida que nos abre no peito  e que criamos nossas barreiras  e fazemos guerras - entre nós os amantes  os fazedores da humanidade  que matamos as crianças  que dormem sob estrelas  as mesmas estrelas que não sabem delas ou de guerras ou da escravidão que aniquila a expectativa de Vida  ou do dia de liberdade  em campos de concentração  elas não sabem  das noites encobertas de nuvens  ou dos homens que dormem em úteros cheios de amor ou do amor perdido que bate à porta e ninguém atende e parte  - volta aqui Amor! ou do amor que perde a rota  e nunca vem... elas só sabem do firmamento  e logo o dia começará a gritar "...

foi deus que me criou

deus desliza as pontas dos dedos  sobre minha derme nu me unha a marcar meus vincos espírito  vagueia meus poros, me dedilha e supsira se perde em meus contornos se emaranha nos meus cabelos caído se enebria nos meus cheiros.        e se não é de carne... deus! tornou-se homem quando me criou barro, água  lama manguezal  colo sopro de vida seio mãe    deus até  feriu o macho na costela ao que fêmea, me criou pasmou-se tanto ante a obra  que perdeu a voz emudeceu agora me molda  a golpes de vara da boca ao períneo  me manipula em tornos musa deusa fonte d'água  manancial Rosa Ataíde

À Deriva

  altitude  moreia ao nível dos mares transbordo beira maream-me tuas, ondas sonares ultra-som  silêncio                                               [não escuto nada  além da dissonância de meu cântico 80bpm longitude  tão longe, não sei... distante território fechado  breu na mata não tenho braços para o nado vou me afogar plena de acontecimentos  latitude  qualquer  úmida sereia em meio ao Mar Flor de enfeitar corais à deriva, vasta e grandiosa como Beatriz ...Atlântica Rosa