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Mostrando postagens de agosto, 2024

palpitar

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palpita coração  sai dessa marcha lenta quase linha reta               que viver é pé                no chão  palpita em ziguezague  curvas perigosas (súbitas transformações) pé de Serra            litoral                 contramão  palpita que passarela é coisa de modelo fashionista  estamos na marginal do arremate                  palpitantes                  pó da estrada                 trilha nefasta horizonte é destino  antes dele tem paisagem  e elas não mentem /nada sinuoso mente  a mentira é um traço___ agudo  linha reta                     palpita✓\✓\✓\✓\

dentro

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vasculho o dentro da palavra  nada me sai, sem que a esgarce o que me diz tal palavra? de onde vem? qual lembrança me remete? dentro são tantas [entre] e me diz também do fora que me adentra  do dentro que descarto coisas de dentro: sentimento, memória e tem muita memória dentro, alimento, fera, sangue, células que se renovam... as mortas às vezes viram furúnculos  necessário elixir de inhame para expelí-las fora  você pode escrever poemas, pode ser que dê certo alguma coisa boa dentro? não reconheço assim de relance, mas tem o sangue, sangue é bom... tem vida enquanto corre dentro e dentre os sentimentos tem uns adoráveis  ...amor, por exemplo lembro de um recente adentrou faz um tempo mas vivi pouco tempo morreu morri também  era muita coisa dentro e fora... mas creio, morreu de nada dentro sobrou uma voz querendo me ver de qualquer jeito até hoje não sei do que não gostou do meu caos... do meu centro? meu lado puta, meu jeito santa... meu abstrato? e ain...

abraço

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o melhor do amor é o espanto quando tudo é descobrimento  e gente vai ganhando espaço se aconchegando, assim  lentamente como nos induz o gerúndio  a-con-che-gannnn-do como quem conquista o território de um abraço um abraço casca de noz, de nós, casca da gente de nós que se desfazem  e desenrola se desloca da tensão  e relaxa o corpo e vazio, e aberto se fecha com a gente dentro  e a gente se espanta ao saber  do calor que tal abraço tem  quando a gente está dentro amor é descobrimento de cascas? cada casca uma descoberta, acho isso me espanta, e me alegra  quando num abraço  tenho acolhimento ...não é um espanto? rosa a.

linhas e curvas

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são rotas todas as ruas são rotas o Atlas na parede decorativo  a geografia da Terra no globo posto à mesa as nuvens que seguem, são rotas até mesmo a lua sorrir para você, amor os navios que afundam no horizonte  as estrelas que despencam  quando ao teu redor há o minimo de luz  uvas maduras pocam na minha boca à procura da tua às 5:30... das manhãs  são rotas  ainda, eu sentada no mirante vendo ondas que não se repetem no tracejo das espumas  e se desfazem na areia sem norte, sem farol e ainda assim insistem voltar para o mar  são rotas rosa a.

no Vale das sombras

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cabras se equilibram nas rochas  no vale da sombra  desfigura a face cativa  onde o viajante se arrisca em plena fé  cego de possuir os mundos possíveis  enquanto este lhe foge em agonia  a mente avisa dos perigos o entorno paisagem, grita cuidado com os salteadores! atente às peçonhas! fala-se em várias línguas que parece compor parte da paisagem o pássaro  e tudo é grito diante da sombra de um desfiladeiro  o viajante não silencia as preces  então não ouve não vê humanidades mas crê  na promessa de um Soberano que o ignora *** sou a rocha  por vezes a cabra equilibrista que sobrevive  o viajante distraído  a peçonha o pássaro o desfiladeiro inteiro  mas hoje queria uma prece me tirasse a potência de remoer  afetos que só existem em minha cabeça  enquanto caminho  no vale da sombra da morte cheia de fé na vida mesmo que cega e cercada de vazios  rosa a.

O ser Múltiplo

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sonhei... meu mundo explodia eu me arrastava sobre o piso  coberto pelo meu sangue  para alcançar abrigo não era bomba que dilacera a carne apenas conceitos que dentro de mim há muito ferviam eu borbulhava era fagulha estopim  e de certo algum vapor expelia era um vulcão inativo que  voltava a vida e lutava para acordar  e não conseguia era um bicho acuado e ferido  e  acuado o bicho vira fera monstruosa eu, monstruosa fera dentro... gritava acordei estou viva  não sou a mesma que era foi roubada minha alma tenho medo? de não dar conta dessa fera que sangra no chão aos berros em agonia... enquanto, deslizam pneus na avenida  acordei explosiva  pensando... quero sentir as humanidades em mim e ser outra, e outra, e outros   significar no mundo deslocar minhas placas  sair da casca nascer... __volta aqui, alma minha! Rosa Imagem: Curtis Joe Walker

Estive na Terra do Fogo - ninguém viu

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Suas brasas queimavam minha retina, comprimiam minhas costelas pela falta de oxigênio que o fogo consumia, muito mais que minha inspiração lenta, e sempre... Desejei o relógio de Bergman nas estações onde os dormentes criam bifurcações, não para marcar o fim, ou a chegada, mas sim... para gritar, pare! e os dias parassem de insistir, em seguir pelas britas. Caminhei, suave no abrasado corpo do Diabo despido diante de mim, que minha saliva ao deslizar por sua pele, secou. Foi tão sagrado e profano que Deus deu de costas e fechou os olhos para não ver e se retirou, mas antes colheu as maçãs, levando-as à boca para mudo permanecer. O Anjo... a mais perfeita criação, com todas as suas fragilidades viris, diante às minhas fêmeas fraquezas e humanas imperfeições, sussurrou ao meu ouvido esquerdo seus segredos cruéis e sem saber,deixou escapar suas dores. E me atordodei, tive compaixão daquela maldade boa, aquela asa partida, aquela dor que o Diabo tem de tantos quereres quando na verdade do ...

Missiva ao Meu Querido Bob

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  Niterói, 06 de janeiro de 2024 Meu querido Bob O que é o querer além de uma angústia que se desarma diante à comunicação, ou ao contato? E o que é o possuir além de uma satisfação individual que não se garante diante os ruídos internos de não poder retribuir com afeto ou de não obtê-lo? E o querer-não-ter diante do descaso ou do movimento propício? Diante do amor, me desfaço, me derramo, é ele que me põe de pé. Diante do descaso, me sinto ferida e despenco. Não posso desacreditar o amor quando é ele que me sustenta por mais 40 segundos. 40 segundos de amor é meu alicerce agora, visto que estou frágil e desorganizada.  Eis que vivo me sacudindo numa cadeira feito uma criança contando os segundos para sair do castigo. Eu quero brincar, mas a brincadeira é séria. Ela pode me tirar sorrisos e sinto falta de gargalhar de doer a barriga. Mas se ralo os joelhos ao cair no abismo, quem vai segurar minhas mãos? Todas as minha incongruências se convergem em um limiar... Ou não vês, qu...

Yucca

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desnuda das penas, a ave despetala, a flor à ave, o tempo da muda à flor, o despetalar do semear muito da flor se perde  nos bicos dos insetos  e dos pássaros muito da ave se perde quando o depenar, ocorre de alguma forma a flor sobrevoa a face da terra perfume inalcançável, onde o pacto da flor com a asa transgride o coerente, a razão quem nunca viu uma flor selvagem romper o asfalto ou a ave refeita, ainda não entendeu ...tudo é movimento, tudo é caos a vida é caos  e um pouco de ordem coletiva também, eu imagino  *** jurei não escrever poema algum hoje, queria tirar férias da poesia, férias de mim... mas, rompi com minha jura atravessei um campo arenoso e vi flores em penca com penas em seu redor fotografei a paisagem  para distrair  — meu erro! ali, já era tudo poesia... jura perdida  e em algum ponto eternizei as flores, um buquê lindo te oferto essas flores todas marque com elas, não as páginas de um livro, o arquivo não te permite impressão se n...

...em meio ao vazio tudo é caos

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tudo começa com um piar estridente  até que explode,  reverbera e se faz a luz sobre a aurora..  se traz esperança, aos aflitos se traz o cansaço, aos equivocados se um vento cochicha ao meu ouvido presença e adeus entre toda a sonoridade e a extravagância do autor dessa paisagem  algo impera e me convida bem no meio desse caos há algo ensurdecedor há um silêncio, e após  ...um sussurro me atrevo a dizer ...de amor rosa Poema e fotografia 

alienígenas

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chegamos ao ápice! personas articuladas, criatividade em alta somos os donos do tempo até aqui, cronometrado  diálogos abertos sobre alma, castidade e libido são cartas abertas  jogadas ao chão  sobre as quais pisamos firmes nada é muito misterioso  até onde firmamos nossos pontos de vista, tudo dentro da zona de combate, pois a esta altura já dominamos a vida e de certo... abnegados, resistimos olhar a carta desnecessária que omitimos, e com a ponta dos pés  jogamos para debaixo do tapete talvez ao tocarmos nossas faces nossos rostos desmanchem e toda essa segurança, dê lugar a um universo de espectativas ...de amor? de algo que nos desnorteie, dessa certeza toda  de que a vida está resolvida? não creio nisso! crês?  voce me lança um desafio sem saber, e me questiona em que ponto preterimos  a vida... com nossas escolhas? nas bifurcagens das estradas, ou as que a ponte de comando me orienta seguir, ou ainda as que as pontes de embarque te orienta...

silêncio

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  discursiva, me escapa o silêncio  que inútil escavo em tua boca de labiritos tontos  e poemas avessos. — como renegar o poema que tens dentro? penetro, adentro sem bater à porta — nada diz, ou nada encontro — faz tempo. reverbera talvez para outros olhos atentos e sorrisos à beira de teu abismo, e facilito... é plausível o ato. mas estou arisca e pulo de um telhado ao outro e se a ansiedade me fizer cair, eis o salto de fé que necessito. — das sete vidas, não sei se me resta outra. dos sete anos após o espelho partido ainda retiro estilhaços de meu corpo quando me deito manhosa  sobre a colcha de cetim,  mirando um novo reflexo. afio as unhas entre o dentes e retiro o excesso de pele que sangra... ele tem o gosto de sua poesia mentolada, ardente como o cigarro quente que fumo  desconsolada. — quando é que chega tua palavra  ...minha_medicina se gastou por completo? silencio¿! quem disse que a noite cala os aflitos, não sabe nada da madrugada. — e olh...

...um presente

a verdade se é que ela existe é que poderia ser para você a verdade se é que ela existe é que eu queria ser a verdade... é que não gosto de ser repetitiva. então sem supostas verdades deixa-me dizer sobre possibilidades  e coisas impossíveis trago em mim um amor que invento cada dia e te monto em minha tela mental pois assim você poderia ser para mim e isso eu queria o tempo está no passado, mas é presente ...seria um presente e te tiraria essas fitas todas  e quantos embrulhos você possuísse tenho boa vontade tenho paciência e, embora seja hiperativa... tenho hiperfoco no que quero e me seduz  mas, é como se beijasse uma boca  sem língua e sem saliva - gastastes todas? isso torna o beijo impossível embora tenha saliva de inundar tua boca ela se fecha sempre que abro a minha vejo um bilhete em sua entrada como um post-it na porta de um armário  que me lança um desafio isso me deixa investigativa tem horas que eu também preciso me fechar  em meu mundo de esp...

teimosas mãos

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isso é maior... e é em sua interioridade que se agita feito onda na praia um homem comum talvez lançasse mão de seus pudores pelo prazer do poder de possuir — fácil  e é o poder de atrair que corrompe a essência desses homens  tuas vestes se perderam no meu mar as cenas se seguem — frias  o desnude é o que grita  meu-teu corpo grita, grita... mas não é pele clamando é de dentro isso que é maior que eu-você  ou que essas páginas em branco em que você, atento nada vê, nem me encontra  ou essas páginas em branco que me perco sem você-eu  tenho ciúmes de teus cabelos desalinhados, eles acariciam tua face nua, quando venta ...teimosas mãos! sabem o sabor de teu suor rosangela a.

Lacuna

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te substitui pelo meu vazio me despi e vi meu corpo nu no espelho  havia paz nele silenciei seus sussurros  então que me apaixonei  pela minha pele optei pelo banho morno enquanto cantava algo sobre amor gostei de minha voz  e dancei comigo a passos lentos saí a caminhar pela praia  havia o sol e radiante me tocava  molhei os pés nas espumas das ondas mansas ...me senti toda! não te troquei por nenhum contorno outro para restar no adeus apenas a sombra de um nada foi pela Paz em nós, foi pela Paz que troquei Rosa poema e fotografia 

espetei os dedos

salto agulhas na ponta da língua  ladainhas sob os pés  rompi o fio da liga na coxa estou nua em pelo e saliva falo, pelas mãos  no colo ninei o amor relutou, até dormir com a ponta dos dedos retiro do rosto cada lágrima delicada, guardo uma por uma  caixinha de jóias  onde toco, música para meus ouvidos  e a bailarina gira segurando uma pérola  fui ao céu e voltei  Rosa

Maresia

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olhos de labirintos profundos no horizonte  caixa torácica de palpitações  que diz do corpo rio e afluentes  não digo verdades mas não minto  tenho dedos a tatear na sombra o vício  a oculta página desfigurada numa tarde em blur  de agora em diante ou de trás para frente pós cegueira tudo parece aquarela, misturada em luz mas o gosto doce que provei nascente, ou o gozo e o sal do mar gigante  me tocou poesia e poesia é visão além  às vezes alucina impregna  desorganiza  às vezes rima  mas  sou desprovida  às vezes revira o estômago  pelo espanto do soco  da repulsa dada  ...enjôo  suor na pele do poema inútil  ermo combativo  maresia que corrói  diante à cegueira e o descaso ...tudo parece meio amor rosa a.